6.4.07

Água

É sexta-feira Santa, 6 de Abril de 2007.
Quando o sino da igreja de Vale de Colmeias bate as 8.00 horas da manha já eu estou na rua a passear a cadela.
Ouço, do lado do quintal, um ruído que já se tornou familiar: corre água.
No cimo do monte vejo que alguém lá está parado, virado para o vale.
Corro para casa, largo os chinelos no chao e calço as botas de borracha. Agarro num garrafao de água vazio e sigo em direcçao ao fundo do terreno.
Paro, protejo os olhos do sol e fico parada a olhar para a figura no alto do monte, talvez avaliando o que estou para fazer, talvez marcando a minha presença; galgo tres quintais, finalmente avanço pelas ervas altas em direcçao à cascata, que corre à minha frente. Curvo um joelho, encosto o bocal do garrafao ao curso de água e encho-o.
Estou ainda nauseada pelo esforço despendido, a asma faz-se ouvir a cada respiraçao.

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