29.8.08

Le petit trianon

O meu palheiro (como é chamado na aldeia) ou, segundo um amigo, o petit trianon, foi construído num declive de terreno acentuado, o que permite um fácil acesso à parte traseira do telhado.
Era antigamente uma eira. Os donos anteriores ergueram paredes, colocaram um telhado e equiparam-no com electricidade. Tem servido de arrumo para lenha, ferramentas e tem cordas para estender roupa.
Como está junto a três pinheiros gigantescos tinha o telhado coberto de folhas e pequenos ramos.
Com uma vassoura consegui recolher a maior parte das agulhas de pinheiro, que guardámos em dois sacos para acender a lareira no inverno. Não é absolutamente necessário, porque o chão tem uma camada espessa de folhas.
Os pedaços mais pequenos, outras folhas, bagas, terra, foram recolhidos com a ajuda de uma pá de lixo, para juntar aos materiais da composteira, que já está cheia.
Tempo de trabalho: 1 hora, duas pessoas; nada mal.
Da obra do telhado sobraram muitas ripas em madeira, que foram deixadas na parte de trás da casa, num monte desordenado.
Olhei muitas vezes para estes materiais, pensando nas cobras que se esconderiam lá debaixo... Outras vezes fiquei presa pelo perfeccionismo: as ripas deveriam ser cortadas num tamanho apropriado para a lareira... para tal teria que ter ou pedir uma motosserra... deveriam ser arrumadas não sei onde...
Enfim, finalmente decidi atacar o monstro. Com a foice de cabo comprido fui puxando pilhas de ripas que fui separando por tamanhos (não resisti...), limpei os restos de folhas e de terra que se foram colando durante o inverno e coloquei tudo no palheiro, junto da restante lenha. E não, não havia lá cobras...
Duas horas de trabalho e mais um canto está limpo.

Recolhi a lenha que há dois meses esperava na parte da frente da casa. Este pequeno monte consistia em restos da sebe e os troncos da tangerineira que estavam mortos. Os sapadores deixaram-mos, cortados e alinhados, por baixo da tangerineira, a secar.
Agora estão ao fundo do telheiro, já secos, prontos a serem usados na lareira.

25.8.08

Estou casada...

... quase.
Chego a casa, com pão fresco e alguns doces. Pergunto se quer lanchar. Como de costume, em vez de me responder começa a divagar sobre assuntos enviesados: "há bocado ia comer uma bolachinha e não encontro o pacote"; com a toalha na mão, olho para o pacote que bolachas de água e sal, pousado desde ontem junto ao frigorífico e digo "perguntei-lhe se quer lanchar"; continua a falar sobre as bolachas, digo-lhe onde estão e digo-lhe "vou lanchar; ponho a mesa a contar consigo?". Pergunta-me, fingindo surpresa "vais lanchar?"

21.8.08

Ainda o hi5...

Novo pedido de amizade - alguém cujo nick é "depuralina"??? Não obrigada.
Finalmente descubro o botão mágico que tem escrito "Cancelar a minha conta" - feito. Estou livre.

Aproveitei e cancelei a minha adesão a vários grupos do Yahoo... tenho mais que fazer.

A felicidade do dinheiro

Estudos demonstram que um elevado padrão de vida não torna as pessoas mais felizes. Quem vive em mansões e apartamentos luxuosos não é mais feliz que quem vive em casas no subúrbio, apartamentos pequenos ou até em barracas. Um aumento do padrão de vida torna as pessoas mais felizes apenas temporariamente.
...
Pense se uma determinada compra que fez há seis meses ou um ano ainda o faz sentir-se mais feliz...

texto de Donna Freedman em Smart Spending

20.8.08

Mulheres no vermelho*

*Tradução directa de Women in Red, querendo significar "Mulheres endividadas"

Este grupo de discussão, alojado no MSN Money foi iniciado há já bastante tempo e tem milhares de posts sobre gestão de dinheiro, endividamento, cartões de crédito, orçamento familiar, etc. etc.
É bom ver que debater este tema já não é tabu para imensa gente; que não há problema em se assumir ter falta de dinheiro; que não vale a pena fingirmos um status falso.
Lembro-me de quando, pela primeira vez, em 1995, comecei a trazer o meu almoço para o trabalho. Não consegui organizar-me de forma a ter sempre comida para trazer, sentia algum embaraço em almoçar no escritório (porque julgava que era a única a fazê-lo), sentia-me vitimizada. Durou pouco tempo, a experiência.
Há 2 anos , já com uma nova postura na vida, com maior auto-estima e maturidade, comecei novamente a trazer almoço e lanche. Já não com a postura da "vítima" mas assumindo o controlo da minha vida, tomando as decisões que julgo serem mais acertadas para mim.

Grão a grão

Abri finalmente o meu mealheiro de lata - daqueles que têm que ser abertos com um abre-latas. Já tive um que tinha tampa e acabava sempre por ir lá buscar dinheiro.
O síndrome de tio Patinhas fez-me contar as moedas com gosto - de um lado, moedas de 1 euro, de outro, moedas de 2. E ainda algumas de 50 cêntimos.
Juntei menos do que pensava ser possível. Em parte porque metade das moedas era de 1 euro, enchendo por isso o espaço disponível.
Também não sei quanto tempo levei a juntá-las - seis meses? É demasiado tempo, não tenho assim tanta paciência.
Este dinheiro tem um destino: mudar uma das janelas da casa. Nada mau.
Mas já iniciei uma nova poupança; desta vez pus lá dentro um papelinho com a data - manias de nativa de escorpião.

Adeus cinco!

Não consigo, nem por uma curiosidade antropológica manter esta ligação. Também, não estou a pensar publicar nenhum estudo.
Sinto que baixei a fasquia. Sei que manter a fasquia alta não me tem trazido necessariamente soluções (imediatas)... mas certamente que um bom nível de auto-estima. Ou quando a auto-estima está em baixo, pelo menos respeito por mim.
Que perda de tempo...

19.8.08

Olá cinco!

Comecei - outra vez... - a minha incursão no hi5. Não sei bem porquê, resisti tanto tempo e agora...
Acho que é um disparate.
Recebi um convite num dos meus e-mails de alguém desconhecido e resolvi aceitar o "pedido de amizade"... Se calhar não tinha mais nada para fazer (suspiro...)
Caí num grupo de esotéricos; os nicks são reveladores: flor de lótus, universo, luz da lua. Posso estar a ser preconceituosa e estou certamente a ser intolerante? arrogante? Os textos com maiúsculas, exclamações repetidas, afirmações inflamadas há muito repetidas, já clichés.
É de arrepelar os cabelos, tanto desespero para fazer a diferença (anteriormente disse "tanta mediocridade" mas agora resolvi censurar o meu próprio texto).

Alguém ensinou-me uma técnica - vais aos blogues das gajas e mandas mensagem aos amigos delas. Assim fiz. Quer dizer, fui ver. Ao clicar nas páginas respectivas deixei, claro, "rasto". A seguir já tinha várias pessoas - por sinal os homens que eu tinha espreitado - a espreitarem o meu perfil.

Depois de carregar em não sei quantas teclas aceitei, aparentemente, uma série de pedidos de amizade. Um dos contactos chama-se Mafalda. Começa a aparecer uma fotografia (a minha ligação à net é lentíssima); vejo perplexa uma foto da Mafalda Veiga e exclamo "Então esta gaja usa a foto de outra pessoa!?... O perfil diz ter 25.000 amigos? Afinal é ela mesma, a cantora. Há também um David (Fonseca)! Não sou fã de nenhum deles. Os "amigos" que para lá escrevem estarão mesmo convencidos de que são amigos? Será que no dia-a-dia assumem esta relação "de amizade" como real? Ou que as mensagens e cincos (em linguagem da net, fives - será de "give me five"?) são lidos e respondidos pessoalmente pelos seus artistas e amigos de eleição? Confrange-me este desesperado pedido de atenção. Suspeito que no dia em que xis pessoas pensarem realmente na vida, algum destes teenagers serôdios entrarão em angústia profunda. Se calhar o melhor é não pensar na vida de todo?

Estore veneziano

"Estore veneziano mesmo tom da parede" diz o sms. O conselho é de uma amiga, sobre a adaptação de um espaço para terapias. Tem razão; o único impedimento é que o tecto é inclinado... também não dá para pôr cortina, pelo mesmo motivo.
Conheço uma boa solução: um belo biombo... se o tivesse, claro.
Não estou a pensar comprar nenhum.

A minha gata Malhada - de cor e de nome - veio para o pé de mim e lançou um miado dengoso; é mais um "ehhh" de mimo que um "miau" de gato português. Saltou para a secretária, sentou-se entre mim e o teclado, encostando-se ao meu peito, a cabeça baixa a enfiar-se debaixo do meu braço. Persisto na dactilografia, ela muda de posição como que para bloquear a minha visão do monitor. Por fim desiste e vai para o sofá.